Tudo começou em outubro de 2014, quando o músico Michel Nath resolveu lançar o seu projeto autoral Solar Soul em vinil. Insatisfeito com os processos e com o tempo de espera para receber seu LP no Brasil – que foi prensado na GZ, famosa fábrica da República Tcheca – acabou ficando amigo do importador Clênio Lemos, e junto com ele, adquiriu 7 máquinas de prensar antigas em um ferro-velho. As prensas, modelo Hamilton, pertenciam à antiga gravadora e fábrica de discos Continental e estavam precisando de muitas reformas. Mesmo assim, resolveram comprar os equipamentos em sociedade, cada um pesando em média 2 toneladas.
Segundo Michel, “máquinas para a produção de vinil, tanto no Brasil quanto no mundo, não existem mais. Encontrar estas prensas foi como abrir a tumba de um faraó, ou descobrir um navio viking congelado em um iceberg.” O melhor de tudo, é que todas estavam funcionando: “são máquinas de 1954, uma época em que as coisas eram feitas pra durar pra sempre. Só que estavam detonadas, mangueira estourada, válvula estourada, pintura enferrujada, suja, descascada. Era necessário trocar alguns componentes, precisavam de uma revitalização, mas a parte funcional delas estava perfeita.”
A previsão é de que a fábrica, que vai se chamar “Vinil Brasil”, comece a funcionar ainda no primeiro semestre de 2016. Localizada na Barra Funda, região central de São Paulo, a Vinil Brasil terá capacidade para produzir cerca de 150 mil discos ao mês, um número impressionante, se compararmos com a realidade de produção atual nacional.
Fonte: NOIZE